RESUMO. Reconhecer as emoções do outro é uma habilidade importante para o contexto social, que pode ser modulada por variáveis como sexo, idade e raça. Vários estudos buscam elaborar bancos de faces específicos para avaliar o reconhecimento de emoções básicas em diferentes contextos. Objetivos: Esta revisão sistemática buscou reunir esses estudos, descrevendo e comparando as metodologias utilizadas em sua elaboração. Métodos: As bases de dados utilizadas para a seleção dos artigos foram: PubMed, Web of Science, PsycInfo e Scopus. Foi utilizado o seguinte cruzamento de palavras: “facial expression database OR stimulus set AND development OR validation”. Resultados: O total de 36 artigos mostrou que a maioria dos estudos utilizou atores para expressar as emoções, que foram suscitadas de situações específicas para serem o mais espontâneas possível. Os bancos de faces foram compostos principalmente de estímulos coloridos e estáticos. Além disso, a maioria dos estudos buscou estabelecer e descrever padrões para registrar os estímulos, como a cor das roupas utilizadas e o fundo. As propriedades psicométricas dos bancos de faces também são descritas. Conclusões: Os dados apresentados nesta revisão apontam para a heterogeneidade metodológica entre os estudos. Apesar disso, descrevemos seus padrões, contribuindo para o planejamento de novas pesquisas que buscam criar bancos de faces específicos para novos contextos.

ABSTRACT. Recognizing the other's emotions is an important skill for the social context that can be modulated by variables such as gender, age, and race. A number of studies seek to elaborate specific face databases to assess the recognition of basic emotions in different contexts. Objectives: This systematic review sought to gather these studies, describing and comparing the methodologies used in their elaboration. Methods: The databases used to select the articles were the following: PubMed, Web of Science, PsycInfo, and Scopus. The following word crossing was used: “Facial expression database OR Stimulus set AND development OR Validation.” Results: A total of 36 articles showed that most of the studies used actors to express the emotions that were elicited from specific situations to generate the most spontaneous emotion possible. The databases were mainly composed of colorful and static stimuli. In addition, most of the studies sought to establish and describe patterns to record the stimuli, such as color of the garments used and background. The psychometric properties of the databases are also described. Conclusions: The data presented in this review point to the methodological heterogeneity among the studies. Nevertheless, we describe their patterns, contributing to the planning of new research studies that seek to create databases for new contexts.

RESUMO. A depressão maior pode se manifestar em indivíduos com 60 anos ou mais e, comumente, está associada ao declínio cognitivo, especialmente nos domínios memória de trabalho, atenção, função executiva e velocidade de processamento. Nesse contexto, a escolaridade é um fator de proteção em relação ao declínio cognitivo. Objetivo: Comparar o desempenho cognitivo entre idosos de baixa escolaridade da comunidade com e sem depressão maior. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico. Foram selecionados 22 idosos da comunidade com depressão e 187 idosos sem depressão, que foram avaliados por meio dos seguintes instrumentos: Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), Bateria Breve de Rastreio Cognitivo (BBRC), Consortium to Establish a Registry for Alzheimer’s Disease (CERAD), teste de extensão de dígitos de ordem direta e inversa, e um teste de semelhança de objetos. Resultados: Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos com depressão e sem depressão em nenhum dos testes aplicados. Conclusões: O presente estudo demonstrou que não existem diferenças no desempenho cognitivo de idosos com e sem depressão em testes neurocognitivos comumente utilizados na prática clínica. Estudos futuros com métodos e delineamentos diferentes, com testes específicos para idosos com baixa escolaridade, podem auxiliar na compreensão dessas relações e dos mecanismos envolvidos.

ABSTRACT. Major depression can develop in individuals aged 60 years or older and is commonly associated with cognitive decline in this population, especially the domains of working memory, attention, executive functions, and processing speed. Schooling is a protective factor with regard to cognitive decline. Objective: To compare the cognitive performance of community-dwelling older adults with a low level of schooling with and without major depression. Methods: A descriptive, analytical, cross-sectional study was conducted with 22 community-dwelling older adults with depression and 187 without depression. The following assessment tools were employed: Mini Mental Health Examination, Brief Cognitive Screening Battery, Consortium to Establish a Registry for Alzheimer’s Disease (CERAD), Digit Span Test (forward and backward), and an object similarity test. Results: No statistically significant differences were found between the groups with and without depression on any of the tests. Conclusions: This study demonstrated that there are no differences in the cognitive performance of older people with and without depression on neurocognitive tests commonly used in clinical practice. Future studies with different designs and methods as well as specific tests for older people with a low level of schooling could assist in the understanding of these relations and the mechanisms involved.

Abstract Background: Theory of Mind (ToM) is the ability to attribute mental states to oneself and others. Individuals with a brain lesion following a stroke exhibit a compromised ability to perform ToM tasks. Objective: To analyze studies that evaluated ToM in stroke survivors considering the lesion localization and performance on ToM tests. Methods: The searches were carried out until November 28, 2018, using the following search terms: “social cognition” or “Theory of Mind” and “stroke”. Searches were conducted in the PubMed, PsycInfo, Web of Science and Scopus data bases. The initial search led to the retrieval of 425 articles. After the exclusion of duplicates and the analysis of the titles, abstracts and full texts, 20 articles were selected for the present review. Results: The studies showed that patients with lesion in the right hemisphere present lower performance on ToM tasks compared to those with lesion in the left hemisphere. In addition, patients with lesion in the right hemisphere presented significant impairment in the performance on ToM tasks compared to healthy individuals. Furthermore, the studies that evaluated lesions in specific regions such as temporal lobe, prefrontal cortex, posterior parietal cortex, and temporo-parietal junction, indicated a significant deficit in ToM performance of these patients compared to healthy individuals. Discussion: This review showed that stroke survivors have a poor performance on ToM tasks. The right hemisphere and prefrontal cortex seem to be associated with the deficit of this ability.